segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Na estante, por um instante



E lá estava ele, novamente, como sempre no mesmo lugar.


Há bastante tempo vou à biblioteca para estudar, as vezes me distraiu observando as pessoas e as coisas do lugar. É estranho constatar que o silêncio das línguas abre espaço para a tagarelice mental. Eu não sou muito de conversar, isso devido ao fato de morar sozinha. Tem dias que até esqueço de falar, porém tenho uns diálogos silenciosos que só eu posso escutar. Pelo jeito a biblioteca é o meu lugar preferido.



Houve um dia que na biblioteca aconteceu algo estranho. Uma sensação que estava faltando algo na minha vida, mas sempre tive de tudo, convenhamos do bom e do melhor. Penso que toda pessoa já se sentiu assim algum dia. Tinha chegado na biblioteca, me acomodei no melhor lugar, levantei os olhos para o horizonte quando percebi, não sei como, mas ele chamou minha atenção.



Olhei para ele uma vez, olhei de novo, algo nele me atraiu, nunca tinha sentido isso antes, uma atração avassaladora, o que fazer? Assustada com o que sentia, levantei as pressas e fui embora, olhei para ele mais uma vez e novamente sentia uma atração estranha. Não pode ser! Como pode ser?




Já em casa, fiquei a pensar nele e me condenava por não ter ido lá, chegado perto e de uma forma inusitada me entregar. Então resolvi, amanhã bem cedo volto lá e sem frescuras irei me apresentar. Como isso é possível? O que ele tem de diferente dos outros? Não sei! Com certeza amanhã saberei.



Logo cedo fui à biblioteca. Cheguei, sentei, me acomodei e olhei, ele estava no mesmo lugar. Levantei e caminhei até ele com passos leves e tranqüilos, não queria me apressar. Perto dele, meus olhos iam a todos os detalhes, fiquei mais encantada. Respirei e pela expiração venho o ar que fiz vibrar minha língua ao pronunciar: esse é o livro da minha vida!







Lucas Alves

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Justificada falta?



Sinceramente, nesses últimos tempos tenho postados muito pouco no blog. Desde o inicio desse semestre estava postando diariamente, de repente passei a postar semanalmente, agora mensalmente.




Isso se deve ao fato que ando compenetrado e comprometido com assuntos um tanto quanto promissores, daí já se imagina o tempo que requer para fazer cumprir todos os projetos.




Porém, estarei retornando aos poucos aproveitando o silêncio da madrugada para escrever sobre assuntos ou qualquer coisa, afinal assunto não é o que falta.




Contudo, caros leitores e amigos do Instigare, venho agradecer os queridos e-mail perguntado sobre minha ausência no blog e comunicá-los que brevemente estarei expondo-me e com certeza com palavras mais precisas e muito mais maduras.






Abraços cordiais!






Lucas Alves

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Júlia, banheiro, divã



Júlia é uma jovem de vinte e dois anos que mora com a mãe no subúrbio da cidade. A moça havia feito vestibular para psicologia, porém não passou na prova. Daí resolveu cursar jornalismo, o curso não era muito do seu agrado. Enfim, passou no vestibular, só que agora para biologia. Júlia ama o curso.




De todas as moças dessa idade, sem dúvida, Júlia é a mais estranha de todas. As conversar da moça são um tanto ou quanto fora do padrão. Fala de tudo com todos, misturando dor com alegria, Mozar com Nirvana, um verdadeiro mosaico onde o "in-comum" é o tudo.




Os romances vividos por Júlia são típicas tragédias com repertórios épicos, ao som de trombeta fúnebre. Júlia, ainda, beija umas meninas para não cair na rotina, mas do que ela gosta mesmo é de sonhar com o príncipe encantado do filme Branca de Neve e os Sete Anões. A jovem Júlia teve uma melhor amiga que foi a grande culpada de ter levado-a fazer sessão terapêutica por um ano.




Hoje, Júlia não freqüenta a terapia, mas seu lugar preferido é o banheiro. Segundo a moça é no banheiro que as coisas acontecem. É lá que se entra em contato com o próprio corpo, reconhecendo a imundície. É no banheiro que se elimina o que não presta e não faz bem. Para a jovem cada ação no feita no banheiro é digna de graça.



O banheiro é o divã! Diz Júlia.







Lucas Alves

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Fale de você!


O mundo é linguagem, mais precisamente palavras. As coisas só passam a existirem quando damos nome a elas. Para nos situarmos, a primeira coisa que fazemos é nos cercarmos de palavras, e cada uma delas veem embutidas de significado, sendo esse a nossa base em tudo. O tudo não passa de meros conceitos presentes em nossa cabeça.




O conceito que temos é o que determina a forma como lidamos com a vivência. A palavra “amor”, por exemplo, pode significar algo para uma pessoa A completamente diferente do que significa para a pessoa B. A questão é que o conceito significativo que temos muitas vezes não são elaborações próprias, mas adotados de outras pessoas ou grupos. Tais conceitos são tido como convenções.




A parti disso, surgi nosso grande desafio: será mesmo que a maneira como agimos, pensamos é regido por um conceito de elaboração própria, ou estamos sendo padronizados pelos conceitos dos outros? O outro aqui são todas as pessoas que nos cercam, seja amigo ou amiga, pai ou mãe, ou um grupo.





Ouvi-se muito a frase: “vou mudar meus conceitos”, porém, a tarefa não é tão simples como parece. Se pode mudar o que se pensa, mas agir a partir disso requer uma verdadeira revolução.
O que entendemos por vida, por família, por amizade, por amor, por tristeza, por trabalho, enfim por tantas coisas. Será o que se pensa provêm de uma elaboração pessoal ou plagiamos o convencional que é mais fácil? Entretanto, o pior mesmo é viver de conceitos mal elaborados!



Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele
próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem
a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa
dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de
servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem de fazer uso
de teu próprio entendimento... (Kant)







Lucas Alves

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Procura-se no Rosto


Procuro um rosto não tanto quanto simétrico, porém bem vistoso. Existe muita face por aí precisando de mim, há quem diga que sou a matéria e a forma da expressão.




Sou bem utilizada em muita ocasião, sempre quando precisão estou pronta, sendo a falseta perfeita para encobrir certas situações. Vai me dizer que não precisa de mim? Mesmo assim, estou procurando um rosto que tem muito a aprender, se encontrar, se afirmar.



É preciso ter habilidades para me utilizar, admito que não é para qualquer um. O rosto que procuro não precisa ter toda habilidade, afinal basta me utilizar que te imponho em qualquer lugar. Use-me quando quiser, pois farei de você o destaque bem visto.





O melhor de tudo isso é que sou muito discreta, e o segredo está justamente nisso. Estou presente em qualquer situação, basta chegar e me utilizar sem nem mesmo pedi permissão. Eu te protejo, oculto tuas frustrações. Não sou malvada, sou mal utilizada. Reconheço que tenho meus momentos maléficos, mas quem não tem?





Não encontrei o rosto ainda, logo, logo irei encontra, me encontrar. Face distinta onde tu estas? Seja tu em mim, eu em ti e assim seremos a fusão da perfeição. Não me rejeite por uma mera ocasião, pois não existe pior situação que uma máscara caída ao chão.




Lucas Alves



terça-feira, 12 de agosto de 2008

Turma do Fundão

(colegas de aula - Foto de Gabriela)



Tu és um bom aluno ou aluna? Pelo jeito sempre se destacou em alguma disciplina na escola ou na faculdade. Tem pessoas que lêem os melhores livros, recitam com fervor os poemas clássicos e ainda por cima escrevem versos como ninguém. A erudição é o desejo ou teu adjetivo? Quase sempre, os melhores alunos sentam-se no fundo da sala, se bem que alguns nem precisam de sala de aula para serem os melhores.







A sabedoria não está no livro, mas na reflexão elaborativa e pessoal que a leitura desperta. Dessa forma, os livros são o caminho para alcançar à sabedoria. É muito interessante percebermos que grandes gênios não descobriram idéias debruçados em um livro, alias, as grandes idéias foram desvendadas em situações e espaço um tanto quanto inusitados.







Vejam Descarte que depois de um sonho desvendou a Geometria Analítica. Já Isaac Newton deslumbrou a Lei da Gravidade depois que observou a queda de uma maça. Piaget desenvolveu uma Teoria Educacional brincando com os netos. Vela lembrar que Albert Einstein foi reprovado em matemática na sexta serie muito antes de nos prestigiar com a Teoria da Relatividade. O curioso é que todo ser humano nasce com o potencial a ser um gênio, afinal: “ o bom senso foi bem distribuído a todos” (Descarte – Discurso do Método).







Deleitar-se na ótima leitura é fundamental, mas não podemos esquecer da textura do mundo. Com isso, é preferível ser sim o melhor aluno, em destaque aqueles da turma do fundão.
Vai “matar” a aula hoje?




Lucas Alves



quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Desabafo do Autor


Quero me encontrar, mas não sei onde estou...(Meninos e Meninas , Legião Urbana)


O meu dia é de quinta feira. Deixo de viver em segunda pessoa do singular ou do plural e passo a descontrair-me com o eu. Eu penso, eu sou, mas preciso saber, todos os dias, porque existo. Entre o eu penso, que acompanha minhas representações, e quem sou, há o desabafo sincero de um autor:



Julgo-me um anti-social configurado, mas isso não é algo nato. O montante de tantas frustrações com relacionamentos me deixou uma cicatriz marcante. Porém, mesmo assim, vejo os outros como importantes para mim.




Eu não procuro os outros, me procuro em outros e assim passo a reafirmar minha identidade. Ando por aí querendo me encontrar e só encontro o meu não eu. Com cada pessoa que conheço passo a ter mais certeza quem sou, pois essas pessoas não são eu. Sendo assim:



Só apareço por assim dizer, quando venho aparecer. Quando quero! (Giz, Legião Urbana)



Espero um dia encontrar a amizade aristotélica (Amizade é uma alma em dois corpos) para me inspirar e curar das frustrações do passado-presente que sem querer me impulsionam a duvidar do quem sou solitário.



Por tanto amor, por tanta emoção a vida me fez assim: manco ou atroz, doce ou feroz, eu caçador de mim. (Milton Nascimento)



E se no final da minha vida, depois de tantas idas e vindas, eu não tiver encontrado o meu outro semelhante, pelo menos terei certeza que o solitário quem sou foi minha condição de ser alguma coisa.



Preso as canções, entregue as paixões que nunca tiveram fim, vou descobrir o que me faz sentir eu caçador de mim. (Milton Nascimento)




...acabo de ser tijolo de construção...(Giz, Legião Urbana)









Lucas Alves

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Será o Fim do Mundo?

Quando esse mundo acabar muitos irão comemorar, sair pelas ruas para festejar o fim. Por outro lado, muita gente vai chorar aos prantos irão se entregar de uma forma melancólica. Nesse mundo que está no finalmente, todo fim tem um começo, todo começo tem seu fim, justamente esse dito é a maior revelação profética. Nem precisou das profecias nodredamicas ou dos cálculos incas para se presenciar o fato consumado.




A crise de saúde do mundo começou com a febre da segunda guerra mundial, onde o desrespeito à existência humana ocasionou seqüelas nas relações sociais. A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi dada para amenizar a situação, mas muitos humanos ainda estão inumes dessa solução.





A eclosão da guerra-fria causou uma verdadeira infecção de ideologias dominantes separando Estados de nações. A aplicação da formula ou do capital ou do social implicou numa tremenda reação alérgica em varias partes do mundo. Fazendo com que alguns Estados que não são nações exterminassem o próprio cidadão para, assim, garantir que o milagre econômico fosse a salvação.



O milagre econômico não multiplicou os pães para todo mundo, gerando uma extrema desnutrição aguda. Isso, de certa forma, retarda o sustentável desenvolvimento, pois se findam os desfavorecidos a mão-de-obra ficará mais cara.



E para agravar ainda mais o estado mundano, doutores e cientistas diagnosticaram que o mundo está com câncer de pulmão devido à inalação de tanta poluição. A Resolução seria a redução dessa poluição, mas o órgão OMC (Organização Mundial do Comercio) está viciado nessa situação.




É o mundo está na U.T. I aguardando recuperação, porém interesse mesmo é na repercussão do uso da eutanásia como única fonte de salvação. Pois é, a esperança é a última que morre, só esperamos que ela não morra antes do mundo.





Lucas Alves




segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O Bem Aí


O mais importante pode até está invisível. Pare, acalme-se e olhe para a tua volta nesse momento, mas tudo mesmo. Repare as coisas menores como, por exemplo, uma macha estampada no lençol. Não importa se o que está em sua volta esteja organizado ou não. Depois de ter olhado para cada coisa, consegues perceber o sentido de vida? Isso mesmo, bem aí, aonde quer que olhes.


Para tu que não percebeu o sentido de vida ainda, olhe novamente para tudo que está a tua volta. Consegues ver? Já tens um sentido para tu vida? Ou acha essa conversa esdrúxula? Pois bem, lhe digo que a vida não está no sentido, mas o sentido está para a vida.




Sentir as coisas é muito simples, olhar e captar tudo que está a nossa volta é só o princípio da longa jornada da sensatez. Todo ser está apto a sentir, mas só o ser humano ultrapassa essa imediatez dando um significado para aquilo que senti.





Confundimos o que o sentir no causa com o que significa. O fato de olhar para aquela mancha estampada no lençol pode desencadear varias reações químicas e emocionais. Viver tem se tornando uma causa e efeito, sendo boas partes de nossas ações geradas pela dualidade do agradável e desagradável.




O olhar para tudo que está a nossa volta pode ter causado alguma coisa ou não, porém, isso não é vida e sim sentido na vida. Já o sentido de vida vai além do mero sentir. Está justamente no significado que temos na vida. Que significado tem o lixo no canto da parede? E a mancha estampada no lençol, o que significa? Todas as coisas que estão em nossa volta estão cheias de significado seja ele qual for.





O importante não é se é agradável ou desagradável, mas o que significa, aí está o sentido de vida. O essencial só é invisível aos olhos daqueles que não querem ver.







Lucas Alves

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Editorial de 6 meses do I.N.S.T.I.G.A.R.E.


Nunca quis fazer do meu blog um diário onde pudesse expor minha vida ou meus sentimentos cotidianos. Os textos que aqui apresento sempre são escritos em terceira pessoa seja do singular ou do plural. Não tenho nada contra quem exponha seus sentimentos de forma tão globalizada, mas realmente isso não faz parte do estilo de expressão



Desde o inicio, a proposta desse espaço comunicativo é de expor idéias, pensamentos, forma de ver o mundo que possam instigar o leitor, sempre resguardando a imparcialidade autoral e a pertinência dos assuntos. Afinal, quando se entrega algo ao publico é preciso que esteja rigorosamente bem feito e preciso.


Destaco, também, a parceria firmada com outros blogs, fazendo com que a troca de experiências seja de suma importância para o desenvolvimento e maturação de novas idéias e a maneira como essas são “postadas”. A indicação desses blogs parceiros é feita de forma bem visível tendo um espaço de destaque no I.N.S.T.I.G.A.R.E.


Sou um autor solitário, a solidão me acalma. A quem pense que sou ante-social porque não saio, fico mais na frente do computador do que na frente de uma pessoa. Outros comentários afirmam que vivo muito no mundo das idéias. Sem falar das varias outras alegações que ouso por aí. Sempre procuro ser bem discreto, não me intrometo na vida particular dos outros, assim como não dou bases para qualquer um se envolver na minha vida.


E nesses seis meses de criação do I.N.S.T.I.G.A.R.E. vão meus votos de honra para os leitores assíduos e diferenciados que se importam com a leveza das idéias, com a precisão das palavras e com a intencionalidade de significado. Com esses leitores dinâmicos o blogs compartilha os cinco selos de qualidade do qual fomos condecorados.

Desenvolvimento com rigor, maturação com pertinência e idéias com leveza esses são os pilares do I.N.S.T.I.G.A.R.E.





Lucas Alves



Vamos Votar


Neste ano de 2008, milhões de brasileiros irão as urnas escolherem seus representantes para bem cuidarem da cidade nos próximos quarto anos. A campanha eleitoral já foi autorizada para todos os candidatos. Esses, porém, usaram todos os recursos possíveis para conquistar o voto. Com ressalva para certos meios considerados ilícitos como, por exemplo, o “showmissios”, o uso de outdoor e alguns outros.






A democracia brasileira está cada vez mais fortalecida, mas digamos que ainda estamos no tatear para a plenitude democrática. O fato do povo ir às urnas escolherem os seus representantes já é um grande passo, o que ainda precisa ser alcançado é o discernimento coeso de muitos eleitores. Tem cidadão que vota só por votar, sem ter um critério astuto para escolher seus representantes. Têm candidatos que já estão no poder e quando chegam à época das eleições, querem conquistar voto mostrando o que foi feito, como se isso fosse um mérito pessoal, sendo que na verdade tudo que foi feito não passou de mera obrigação.






Só teremos bons representantes quando os representados tomarem para si à responsabilidade de ver um país ou uma cidade melhor.





A Associação dos Magistrados do Brasil divulgou a lista de candidatos que respondem a processo judicial, prestando um serviço que é uma garantia constitucional, pois todo é qualquer brasileiro tem acesso às informações judiciárias não sendo essas tramitadas em segredo de justiça.






Só destacando que só é cidadão no Brasil quem é eleitor, então faça valer essa denominação e vote, mas vote bem!





(site com a relação de canditatos que respondem a processo judicial)






Lucas Alves



sábado, 19 de julho de 2008

Silêncio



Em Silêncio

Em silêncio

silêncio


As vezes é preciso mesmo!


Silêncio
Silêncio





Lucas Alves

quarta-feira, 16 de julho de 2008

A Planta no Vaso



Estava sentado e pronto para escrever sobre mais alguma coisa, ouvindo música, pensando e escrevendo. De repente olhei a planta que estava no vaso na minha frente. Aparentemente, a planta parecia bem, bastante verde, folhas cumpridas e inalando um cheiro de terra molhada.




Algumas folhas tinham umas tachas brancas, mas penso que seja da espécie desse vegetal. Comecei a imaginar como é a vida dessa planta bonita que está a enfeitar a mesa da sala. Pobre planta! Foi arrancada de seu habitat natural donde suas raízes podiam se espalhar sem limite, mas nesse vaso ela só tem o necessário para viver. Que tamanha agonia deve passar essa planta. Entretanto, pelo jeito, estou enganado, a planta se adaptou a viver assim, limitada, sozinha, usufruindo somente daquilo que lhe é dado para sobreviver.




Nossa como a planta no vaso tem para nos ensinar, o que parece ser só mais alguma coisa é na verdade um sentido de vida. O sentido de vida aqui é a própria admiração que essa planta arrancou de mim. O sentido de vida está em todo lugar só basta parar e olhar. Tudo tem um sentido de ser, até mesmo esse papel em branco na minha mão, só precisa ser visto.





Lucas Alves





terça-feira, 15 de julho de 2008

O Fundo do Poço


Largue tudo que você tem agora e vamos comigo para o fundo do poço! Vai me dizer que tu não iras comigo para aquele lugar frio, escuro, solitário? Tem medo de ficar lá para sempre? Garanto-te que será uma experiência terrível, mas vamos lá conhecer o fundo do poço. Antes disso é preciso que se caia nele, para se cair nele alguma coisa precisa empurrar, ou prefere se jogar sozinho? Esqueça a possibilidade de se jogar por vontade própria dentro do poço, afinal ninguém gosta daquele lugar. Então vamos ver as forças motrizes que nos empurra.





Durante toda nossa vida estamos do lado do poço, entra dia sai dia e sempre aparece alguma coisa para ser colocada no seu devido lugar. As exigências maternas para ser uma pessoa mais responsável ou com atitude maduras vão aparecendo e o que fazemos com isso? Joga nas costas para, quem sabe, um dia se tomar lição disso. Sendo que nas costas já estão presentes as brigas com o colega do trabalho, que por sinal não foi resolvida, ou então os ares alterados com o colega de aula por causa de um trabalho. O fim do namoro por varias razões ainda está encostado ali.





Valei-me Deus! A saúde está comprometida e ainda por cima o melhor amigo resolve dá um tempo na amizade, cortar o contanto. Aparecem algumas pessoas que dizem para ti que está faltando atitude: chega de pensar de mais na vida, vai agir! E tudo isso vai ficando sobre você! A insatisfação física invade e o espelho passar ser teu inimigo. Vêm vários “amigos” e sempre te chamas para sair, e ainda dizem: Tem que sair de casa! Está se isolando do mundo! Tem que ver o mundo, ver gente! Mais cobranças para as costas. E vai ficando pesada a cada dia! Quando se pára para pensar na vida aparece tudo isso, daí vem a angustia, o desanimo, a frustração pelo fato da vida está assim, nada haver com a vida dos sonhos ou com o estado de felicidade proposto pelo capitalismo.





Diante disso tudo, o que acontece? Para onde se vai? Exatamente! Pula-se dentro do poço e no momento da queda se senti até o alivio nas costas. Quando se abri os olhos, ali está o fundo do poço, que além de ser frio, escuro, solitário tem todo o fardo que estava nas costas também diante de ti. Gritar para alguém socorrer muitas vezes não resolve, afinal com o barulho que está lá fora quem vai ouvir? Pois é, bem vindo a fundo do poço! E agora o que fazer?





Gente, o fundo do poço é melhor lugar para se estar. Esse lugar é só teu, tudo ali é seu! O espaço, o escuro, o frio e os problemas. Para se construí uma casa é preciso ter um lote que seja teu para que a casa seja sua também, então porque não começar construí a casa dali mesmo, do fundo do poço? Usar os problemas como cimento, fazer do frio um ótimo clima para trabalhar e ainda por cima não tem ninguém dizendo alguma coisa, afinal estas solitário.





“...lá em casa tem um poço, mas a água é muita limpa...” (Renato Russo)





No fundo, no fundo, o fundo do poço é até bom!







Lucas Alves



domingo, 13 de julho de 2008

O Limite da Liberdade



Vivemos em um Estado Democrático de Direito, uma condição conquistada com muita luta por muitos brasileiros que deram a própria vida para ver o país estabilizado na democracia. Um dos grandes legados da democracia é a liberdade. Sem ela não poderíamos falar em democracia plena. A liberdade de pensamento e a liberdade de agir é uma garantia constitucional atribuída a toda pessoa independente de qualquer natureza. A liberdade precisa ser admitida como limitada para ser aceita como tal.



Na Constituição Brasileira de 1988 é claramente expresso o direto à liberdade. Porém, a liberdade precisa ser contida em prol da ordem da sociedade. A liberdade de manifestar o pensamento nunca poderá ser censurado, em nenhuma situação, mas o pensamento manifestado em sim pode ser alvo dos crivos da conveniência. Seria um verdadeiro caos se todas as pessoas falassem o que pensam e o que é dito fosse aceitado pelo demais. O direito de dizê-las é um bem inalienável, agora o que é dito precisa passar pelos crivos da pertinência e da conveniência.



A liberdade de agir também segue os mesmo ditames da liberdade de se expressar. Em nenhum momento o Código Penal Brasileiro restringe a pessoa de cometer qualquer tipo de delito, afinal a pessoa é livre para agir. Porém, a ação feita por essa pessoa precisa condizer com a postura e boa conduta da sociedade. Por exemplo, no nosso Código Penal pátrio não está contido que é proibido matar, mas sim, se a pessoa cometer esse tipo de ação estará sujeita as penalidades previstas. Enfim, toda pessoa é livre para agir como quer, desde que não fira os postulados estabelecidos na sociedade.




A melhor maneira de agir e se expressar livremente são seguindo os ditames da razoabilidade. Não se pode sair por aí falando o que quer, fazendo o tem vontade, se assim fosse a sociedade estaria estagnada na desordem. Há censura só é condenável quando restringe o direito em potencial, mas o ato em si é ajustável. O melhor mesmo é apelar pela boa conveniência e o julgamento preciso do que é procedente ou não.




“Não posso concordar com o que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las”. (Voltaire)






Lucas Alves


segunda-feira, 7 de julho de 2008

O Último Dia de um Suicida Realizado


...Eram dez horas da noite, estava no meu quarto pronto para deslumbrar o sentido da minha vida. Pelo jeito, será um momento rápido. Coloquei a corda no pescoço e pulei de uma altura de três metros do chão.



Oito horas da noite, estou tentando falar com a pessoa que considero meu melhor amigo, mas ele deve estar ocupado demais para falar comigo ou sei lá. Até entendo a vida dele, pois quer sempre ser o melhor, se destacar em tudo, isso requer grande ocupação mesmo. E quem sou eu para atrapalhar, mas afinal é meu amigo poxa! O que me levou a tentar falar com ele, foi o desconforto de ter brigado novamente com minha mãe, que sempre me apóia no que faço e mesmo assim exige que as coisas sejam do jeito que ela quer. Tenho que viver nessa contradição!



À tarde sempre tenho que fazer trabalhos da faculdade correndo para ver meu programa favorito na televisão. O programa não fala de nada, deve ser por isso que é o meu favorito. Ando até preocupado com isso, esse meu não querer nada, não pensar em nada. Por que temos que ser algo e ter alguma coisa? Mas deixa isso pra lá, afinal quem quer saber das minhas crises existenciais. Quem poderia apaziguar minhas dúvidas? Muita gente vem me falar de mil coisas, mas no fundo fico a pensar: só falam isso porque não é com você!



Já bem cedo, ir à faculdade é um dilema. Nossa, que futuro próspero terá a humanidade nas mãos desse bando de gente tagarela que sempre tem a razão de tudo. Faço minha parte, participo das aulas e mantenho uma convivência amigável com meus colegas. Pena que não falo tudo que quero, penso que se eu falasse eles não viriam mais assistir aula. Prefiro pensar assim! Inclusive, tenho uma colega que diz que sou complicado, estranho e tal, porém sou inteligente o suficiente para me perguntar todo dia qual a razão dessa minha vida, enquanto ela e muitos por aí apenas vivem no sentido sem sentido de vida.



Hoje é o grande dia. Conclui que a razão para minha vida é alcançável. A morte é a razão para existir. Então serei vitima de mim mesmo, pois sendo assim o sentido da minha vida será mais digno. Suicida? Vivi a vida procurando um sentido para viver, eu encontrei. És a morte a possibilidade para a impossibilidade. O sentido da minha vida é a impossibilidade. Celebrarei minha conquista conquistando-a. Enquanto aos que me acompanharam só digo que agora sou livre de mim mesmo. Acordei! Bom dia!


Lucas Alves

Ouvindo: Quem Sabe – Los Hermanos






quinta-feira, 3 de julho de 2008

O furto de Biscoitos



Já se passavam das vinte duas horas quando Lúcia chegou ao aeroporto, cheia de malas e pronta para seguir viagem. Ao dirigir-se ao local de embarque fica sabendo que o vôo, do qual é passageira, irá atrasar uma hora e meia. Bastante inconformada com a situação do atraso, Lúcia vai a uma lanchonete no próprio aeroporto e compra um pacote de biscoitos para comer, pois estava com muita fome.



Logo depois de comprar o pacote de biscoitos, Lúcia senta-se, para aguardar o embarque. Bem ao lado dela havia um senhor aparentemente com uns sessenta anos de idade e com uma expressão bastante tranqüila. Lúcia, com o intuito de fazer as horas passarem mais rápido possível, começa a conversar com esse senhor, pega o pacote de biscoitos e começa a comer e falar ao mesmo tempo. Ela falava do desconforto de esperar o vôo, já o senhor ouviu-a atentamente. A moça ia comendo e emendando uma história em outra, o senhor, ao seu lado, era tão bom ouvinte que simplesmente só ouvira atenciosamente.


A única pausa da falação da moça só acontecia quanto mastigava o biscoito apressadamente para não interromper o fluxo dos assuntos. Entretanto, o senhor nem se quer tinha dido o próprio nome, pois Lúcia falava tanto e de vários assuntos que não deu tempo para ele apresentar-se, mas mesmo assim ouvia-a com atenção e com um sorriso sem graça. Lúcia, não entendia aquele sorriso do senhor e continuava falando sem parar, afinal era tantos assuntos e ela nunca tinha encontrado alguém tão cordial e atencioso para com tudo que tinha para falar.



Após completar a hora da espera, cerca de uma hora exatamente, o vôo de Lúcia é anunciado, a moça recolhe seus pertences e sai às presas para o portão de embarque e só diz tchau para o senhor que fez companhia a ela esse tempo todo. Ao sentar-se na poltrona do avião, a moça pega a bagagem de mão e leva o maior susto quando percebeu que o pacote de biscoitos, o qual havia comprado na lanchonete do aeroporto, estava lá, intacto. Daí fica se perguntando quais biscoitos estava a comer enquanto conversava com o senhor, ficou impressionada mesmo quando concluiu que os biscoitos que pegava para comer não eram os dela, mas do senhor que a ouvia atentamente e que mesmo vendo tudo isso não disse nada, pois estava mais preocupado em ouvi-la sem interrupções do que com o pacote de biscoitos que estava sendo devorado.




Lúcia e aquele senhor, que ela não sabe o nome, nunca mais se viram. Enquanto ao pacote de biscoitos da moça? Ao desembarcar, ela deu para o primeiro pedinte que viu na rua. Enquanto a arte de ouvir o outro? Ela não entendeu o sentido de toda a situação, pois estava com muita pressa e ocupada para ouvir a si mesma.





Lucas Alves



Ouvindo: Quem Sabe – Los Hermanos




quarta-feira, 2 de julho de 2008

Porque Brigamos


Poderíamos afastar de nós tudo que incomoda para bem longe, mas isso é comportamento de uma pessoa mal resolvidas com a auto-estima indefinida que não encara o desagradável como a possibilidade para demonstrar maturidade que se tem. Assim, é muito melhor enfrentar, mesmo que a dor seja irremediável, do que fugir, se afastar, não enfrentando a realidade com aparece. Temos a tendência de esquecer aquilo que foi desagradável, mas te digo que isso só alimenta o inconsciente e esse é o causador de grande parte das reações não entendidas que temo na vida.



Nosso egoísmo é tão desproporcional que precisa estar se defendendo a todo momento de tudo aquilo que o ameaça. Quantas pessoas já rejeitamos, não demos a atenção necessária, ou até mesmo ficamos sem conversar, por conta de uma situação ruim pela qual fomos submetidos? Isso acontece porque somos guiados pelo ego-protetor, sendo que poderíamos resolver qualquer desavença com um bom e sincero diálogo. Deixando de mostrar para o outro que a compaixão e o perdão é a melhor forma de grandeza que uma pessoa possa ter. Mas a raiva, a frustração, a mágoa sempre grita mais alto.



Quantas amizades já foram perdidas, quando romanceis foram destruídos pelo fato de não haver a humildade de ir ao outro e simplesmente conversar e resolver todo o desagrado com compreensão. A mágoa, os rancores acabam sendo esquecidos, mas a admiração, o carinho que poderia recebestes com um perdão é perdido.



Estar de bem com todos é uma situação rara de se ver, mas diante de qualquer desavença a melhor reação tem que ser a de humildade para reconhecer que a fraternidade é o caminho.





Lucas Alves


Ouvindo: Pétalas – Djavan





terça-feira, 1 de julho de 2008

Há Crítica

Pelo sentido da palavra, entendemos que crítica é o mesmo que levar à crise ou ruptura. No senso comum muitas pessoas não gostam da crítica, vêem-na como algo negativo, que seria melhor elogiar ou sugerir sobre o que está sendo criticado. Não que seja ruim elogiar ou dar uma sugestão, o problema é justamente como a crítica é vista. O que precisa ser colocado é a apologia sobre a importância de criticar.



Submeter-se a crítica é difícil, porque estar em crise não é bom, mas há necessidade dela para que se continue no processo de crescimento é relevante, pois toda crise requer uma decisão e essa é a atitude donde aflora a razão. A crítica não pode ser entendida, simplesmente, por apontar algo errado sobre alguma coisa, o essencial é a profundidade do ato de criticar. Este, por sua vez, merece o esclarecimento salutar. Fragmentar a estrutura de um pensamento ou de uma ação exigir uma mudança, além de estabelecer certos limites. Um processo doloroso que às vezes requer cautela e abstinência de princípios. Tais princípios encubados em nós pela forma como fomos educados ou pela cultura e o meio em que vivemos, que se tornam verdades absolutas, é preciso que sejamos livres de preconceitos, esse é o ponto emergente da questão.



Quando a crítica parte de nós mesmos para se mesmo ela alcança sua grandeza. O outro precisa nos conduzir a uma autocritica, conscientizando-nos de que é preciso colocar em questão o que se apresenta, para saber onde está a verdade.



Como é favorável a crítica diante da realidade que vivemos e das verdades que aprendemos para nos colocarmos como um investigador da sabedoria. A critica é um grande passo para filosofar.





Lucas Alves


segunda-feira, 30 de junho de 2008

Brasil, país do cinema!

Sempre fui um admirador de cinema em curta metragem, isso talvez pelo fato que só já assistir os melhores. O filme em curta metragem tem o propósito bem claro de transmitir uma mensagem, ou melhor, sempre com uma moral da história explícita. Para o público em geral às vezes é complicado entender um “curta-metragem”. Isso se dá pela linguagem muitas vezes simbólica e uma visão côncava da realidade.

Sempre que vejo uma produção brasileira, seja curta-metragem ou um longa-metragem, fico encantado e orgulhoso de saber que nesse país existe sim ótimos atores e atrizes, sem falar da qualidade de toda uma equipe que está “por traz das câmeras”.

Para exemplificar isso, coloco aqui um curta-metragem clássico chamado Ilha das Flores, uma verdadeira obra prima da produção da sete arte nacional.











Lucas Alves

terça-feira, 24 de junho de 2008

Arrumando o Armário



Não tem como fugir, por mais que se resista, sempre chega a hora de arrumar o armário.

Estamos sempre aprendendo alguma coisa, conhecendo outras pessoas, enfim, experimentando algo na vida. Certas coisas lembramos outras levamos para o esquecimento, mas o crucial é que tudo que entra em contato conosco nos marca profundamente, deixando uma contribuição para a forma como vemos o mundo e nos portamos nele. Numericamente são milhares de impressões, perspectivas e sentimento que nos invade a todo momento de uma forma avassaladora, fazendo com que a confusão imperi em nossa cabeça.



Se observarmos astutamente podemos perceber que, muitas vezes, a raiz para as crises, o stress, a disilusão pessoal está na confusão heterogênia das sensações que captamos. Não é difícil encontrar pessoas, digamos, mal-resolvidas ou que apresentam certas atitudes esdrúxulas até mesmo para si mesmo. Outras pessoas chegam a reconhecer que a vida está realmente um caos. Tudo isso só há porque o imperio da confusão mental predomina ostensiosamente.



Ao entrarmos em contato com algo, não sabemos muito bem o que estamos sentindo, fazendo com que a postura que se toma, diante de algo, seja um verdadeiro equívoco. Isso acarreta, por exemplo, o fato de uma pessoa pensar e dizer que ama outra pessoa, sendo que na verdade o que realmente sente é tesão ou admiração por tal. Contudo, as atitudes passam a ser uma camuflagem provocada pelo o que se pensa ser com o que de fato seja. Das atitudes que se têm, boa parte delas são consequência de uma confusão mental.


Para que tudo proceda bem é preciso ter ordem. O apaziguamento mental é uma tarefa árdua que requer uma vontade inabalável de conhecer a si mesmo. Questionando, a todo momento, o que se sente, não acomodando-se com o superficial e entendendo a fundo o que se passa, esses são os caminhos a serem trilhados para ser feliz originalmente.


Ter as coisas organizadas na gaveta certa é muito mais fácil, daí nem precisa perder tempo procurando. "Arrume o armário," diz a mamãe!



Lucas Alves


quinta-feira, 19 de junho de 2008

Blog X Orkut


O orkut é uma página de relacionamento da web com mais de um milhão de pessoas cadastradas, mas nesses últimos dias perdeu um membro. Esse membro sou eu. O “meu” orkut já tinha quantro anos de existência, chegou a ter mil pessoas adicionadas (capacidade máxima permitida para cada usuário), reduzi para 279 “amigos” adicionados. No entanto, depois de horas de reflexão, entre os pos e contras, optei pelo meu suicídio orkutiano, que aconteceu numa tarde de domingo.


Antes desse acontecimento descrito, vinha observando que o orkut tornou-se uma religião, onde cada fiel precisava cumprir o rito orkutiano de olhar os próprios recados e respondê-los, sendo que algumas pessoas apagam-os por receio dos bisbilhoteiros. Em seguida, cai-se na situação de olhar o perfil dos outros, daí entre um recado e uma foto já se sabe que o amigo do amigo de alguém esteve em determinado lugar com certas pessoas. O orkut prociona encontrar colegas que não se tinha contato a anos e também favorece conhecer pessoas novas por meio do “add aí”.


Na verdade, eu migrei para os liames dos blogeiros e estou satisfeito nesse novo espaço. Geralmente, visito muitos blogs e percebo que tem muita gente com a mente féstil por aí, isso é bom, ou melhor é otimo, pois estamos lendo e produzindo. Nos blogs, ao invés de fotos pessoais há fotos-notícias que são comentadas com rigor crítico. A pergunta “quem sou” é respondia a altura nas intrelinhas de textos dignos de comentários certeiros. Os vídeos, postados nos blogs, ganham respaudos de legendas erudidas, não sendo só um vídeo postado por considerá-lo “bunitinho”. Além disso, nos blogs, os adicionados amigos ganham características de parceiros.


Entre o ambiente de relacionamento do orkut e o compromisso desafiador de postar no blog, prefiro as provocações dos leitores de um blog. Não tenho nada contra o orkut, nem faço apologia ao blog, mas se pensarmos bem os interesses de um e outro são diferentes. É nas diferenças que se pode admitir a liberdade de escolha, nunca se esquecendo que a escolha é do meio onde irá, de certa forma, expressar-se. Onde se expressará? Orkut? Blog? A decisão é sua!





Lucas Alves