Já se passavam das vinte duas horas quando Lúcia chegou ao aeroporto, cheia de malas e pronta para seguir viagem. Ao dirigir-se ao local de embarque fica sabendo que o vôo, do qual é passageira, irá atrasar uma hora e meia. Bastante inconformada com a situação do atraso, Lúcia vai a uma lanchonete no próprio aeroporto e compra um pacote de biscoitos para comer, pois estava com muita fome.
Logo depois de comprar o pacote de biscoitos, Lúcia senta-se, para aguardar o embarque. Bem ao lado dela havia um senhor aparentemente com uns sessenta anos de idade e com uma expressão bastante tranqüila. Lúcia, com o intuito de fazer as horas passarem mais rápido possível, começa a conversar com esse senhor, pega o pacote de biscoitos e começa a comer e falar ao mesmo tempo. Ela falava do desconforto de esperar o vôo, já o senhor ouviu-a atentamente. A moça ia comendo e emendando uma história em outra, o senhor, ao seu lado, era tão bom ouvinte que simplesmente só ouvira atenciosamente.
A única pausa da falação da moça só acontecia quanto mastigava o biscoito apressadamente para não interromper o fluxo dos assuntos. Entretanto, o senhor nem se quer tinha dido o próprio nome, pois Lúcia falava tanto e de vários assuntos que não deu tempo para ele apresentar-se, mas mesmo assim ouvia-a com atenção e com um sorriso sem graça. Lúcia, não entendia aquele sorriso do senhor e continuava falando sem parar, afinal era tantos assuntos e ela nunca tinha encontrado alguém tão cordial e atencioso para com tudo que tinha para falar.
Após completar a hora da espera, cerca de uma hora exatamente, o vôo de Lúcia é anunciado, a moça recolhe seus pertences e sai às presas para o portão de embarque e só diz tchau para o senhor que fez companhia a ela esse tempo todo. Ao sentar-se na poltrona do avião, a moça pega a bagagem de mão e leva o maior susto quando percebeu que o pacote de biscoitos, o qual havia comprado na lanchonete do aeroporto, estava lá, intacto. Daí fica se perguntando quais biscoitos estava a comer enquanto conversava com o senhor, ficou impressionada mesmo quando concluiu que os biscoitos que pegava para comer não eram os dela, mas do senhor que a ouvia atentamente e que mesmo vendo tudo isso não disse nada, pois estava mais preocupado em ouvi-la sem interrupções do que com o pacote de biscoitos que estava sendo devorado.
Lúcia e aquele senhor, que ela não sabe o nome, nunca mais se viram. Enquanto ao pacote de biscoitos da moça? Ao desembarcar, ela deu para o primeiro pedinte que viu na rua. Enquanto a arte de ouvir o outro? Ela não entendeu o sentido de toda a situação, pois estava com muita pressa e ocupada para ouvir a si mesma.
Lucas Alves
Ouvindo: Quem Sabe – Los Hermanos
6 comentários:
nussssssssss
preciso me ouvir mais
Faz sentido, precisamos ouvir um pouco mais, e claro, falar menos...
muito bom
*obrigado pela visita
Muitoooo
otimooooooooo
cada situação tem um sentido!
Muito interessante seu blog, gostei do que encontrei e voltarei.
Valeu por ter aparecido lá em casa
Abraços
falaaa
professor
agora q encontrei o blog
puts
muito feraaaaa
pirei
ow vc é chato + é super gente boa
kkkkkkkkkkkkkkkkk
pelo menos aprendi gostar de filosofia
ta valendo né?
Mas serio mesmo, vc é legal d+
tipo de pessao que qualquer um quer ter como amigo!
valew d+
a filosofia mudou minha vida
hahahaha
abração
boas ferias aí
vou ver ser blog todo dia agora
t+
Coitada da Lúcia, gente. Ela acha que o mundo gira em torno do umbigo dela...
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