Pensar Deus

Um colega apresentou-me a proposta de discorrer sobre a idéia de Deus no sentido filosófico. Um verdadeiro desafio, pois esse tema é instigante e perpassa toda a esfera da história do pensamento. Apresentarei, a seguir, um coligir do tema e não um tratado filosófico, pois este exige um aprofundamento imensurável que não caberia delimitar nesse singelo e digno espaço comunicativo.

A palavra "Deus" é uma adjetivo dado a um ser que está além de todas as condições humanísticas, reconhecido como o idelizador e criador de todas as coisas. Se observarmos bem perceberemos que a idéia de Deus que temos é uma pura qualificação intangível. Os adjetivos dados sempre demosntram a superioridade do ser Deus (superioridade é uma palavra adjetiva). Enfim, pensamento e falas sobre Ele são, na verdade, uma forma de expressão classificativa.

Assim, todo discurso cujo Deus é objeto é considerado neutro em si mesmo, ou seja, não favorece conhecimento. Pensar ou dizer que Deus é amor, por exemplo, limitaria a codição dele, sendo que o mesmo precisa ser admitido como inefável para ser o que é. Deus não é justiça, não é pai, pois ele está além desses conceitos e de qualquer outros que possamos justapor. Dessa forma, o critério que teríamos para pensar ou falar em Deus seria o da negação de toda palavra, toda idéia ou qualquer imaginação que venha completar ou formar a idéia do ser Deus.

Por fim, é salutar a passagem bíblica que versa quando Deus falou a Moséis, que diz: "Eu sou o que sou" (Êxodo 3,14), onde, na verdade, Deus apresenta-se limitado em si mesmo. Contudo, não podemos pensar verdadeiramente à idéia de Deus, mas sim contemplar o estado no qual as palavras e pensamentos cessam, o profundo silêncio.

Lucas Alves